por
Lingopass
5.2.2024

6 principais tendências e desafios no setor de alimentos e bebidas para ficar atento em 2024

O setor de alimentos e bebidas enfrenta desafios significativos, sendo responsável por pelo menos 1/3 das emissões globais de gases de efeito estufa. Além disso, a necessidade de aumentar a produção alimentar em até 70% até 2050 para atender à crescente população mundial destaca a urgência de inovações que assegurem a sustentabilidade, qualidade e segurança dos alimentos em nossa mesa.

Diante desse panorama, este blog explorará 6 tendências que moldarão a indústria ao longo do ano, delineando transformações necessárias para enfrentar os desafios prementes. Ao analisar essas tendências, buscamos compreender e destacar as soluções inovadoras que podem conduzir a uma abordagem mais sustentável e eficiente na produção e consumo de alimentos.

Confira as 6 tendências e desafios no setor de alimentos e bebidas em 2024

1. Podemos esperar um alívio nos preços dos alimentos em 2024?

Em 2023, os alimentos desempenharam um papel crucial na redução da inflação, mas as perspectivas para 2024 não são tão otimistas. A incerteza nos preços das commodities agrícolas, especialmente devido à indefinição na safra de grãos em andamento, cria um cenário imprevisível. O mês de novembro já testemunhou um aumento de 0,63% no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), impulsionado por condições climáticas adversas que elevaram os preços dos alimentos, sinalizando um possível cenário de pressão inflacionária.

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) não antecipa uma contribuição expressiva dos produtos agropecuários para a inflação em 2024. Apesar de alguns indícios de aumento de preços em determinadas cadeias alimentares, não há evidências de uma pressão inflacionária generalizada. José Ronaldo Souza Júnior, pesquisador do Ipea, enfatiza que, embora o arroz, item relevante na cesta de inflação, deva manter-se estável devido à perspectiva de maior produção, o açúcar pode continuar apresentando movimento de alta, adicionando complexidade ao quadro inflacionário.

2. Crescimento da Inteligência Artificial (IA)

O relatório anual da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (ABIA) destaca um notável crescimento no setor alimentício, com um faturamento que ultrapassou a marca de R$ 1 trilhão no ano passado, representando um incremento significativo de 16,6% em comparação com o ano anterior. Esse avanço é atribuído, em parte, ao investimento estratégico de 2,2% do faturamento, totalizando R$ 23,6 bilhões, destinado à expansão de instalações fabris, aquisição de maquinário, fusões e aquisições, bem como pesquisas e desenvolvimento.

A análise da consultoria Modor Intelligence revela que o mercado global de Inteligência Artificial (IA) no setor de alimentos e bebidas atingiu mais de R$ 3 bilhões em 2020, com a previsão de multiplicar esse valor por quase dez vezes até 2026. No contexto brasileiro, embora apresente uma taxa de crescimento considerada média em comparação com outras regiões, a IA assume papel estratégico nas empresas de alimentos e bebidas. Essas indústrias complexas, devido aos seus processos intricados, recorrem à IA para aprimorar a eficiência operacional, desde o controle de qualidade até a gestão logística.

A utilização da inteligência nessas empresas não se limita apenas aos processos produtivos, mas também se estende a áreas como vendas, marketing e aprimoramento da experiência do consumidor. A capacidade da IA de analisar grandes volumes de dados permite que as empresas tomem decisões mais informadas, personalizem produtos de acordo com as necessidades individuais dos clientes e atendam de maneira mais eficaz às demandas do mercado. Esses avanços tecnológicos refletem um panorama em que a inteligência artificial se torna fundamental para a inovação e competitividade no setor alimentício.

6 principais tendências e desafios no setor de alimentos e bebidas para ficar atento em 2024

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5.2.2024
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10 minutos

O setor de alimentos e bebidas enfrenta desafios significativos, sendo responsável por pelo menos 1/3 das emissões globais de gases de efeito estufa. Além disso, a necessidade de aumentar a produção alimentar em até 70% até 2050 para atender à crescente população mundial destaca a urgência de inovações que assegurem a sustentabilidade, qualidade e segurança dos alimentos em nossa mesa.

Diante desse panorama, este blog explorará 6 tendências que moldarão a indústria ao longo do ano, delineando transformações necessárias para enfrentar os desafios prementes. Ao analisar essas tendências, buscamos compreender e destacar as soluções inovadoras que podem conduzir a uma abordagem mais sustentável e eficiente na produção e consumo de alimentos.

Confira as 6 tendências e desafios no setor de alimentos e bebidas em 2024

1. Podemos esperar um alívio nos preços dos alimentos em 2024?

Em 2023, os alimentos desempenharam um papel crucial na redução da inflação, mas as perspectivas para 2024 não são tão otimistas. A incerteza nos preços das commodities agrícolas, especialmente devido à indefinição na safra de grãos em andamento, cria um cenário imprevisível. O mês de novembro já testemunhou um aumento de 0,63% no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), impulsionado por condições climáticas adversas que elevaram os preços dos alimentos, sinalizando um possível cenário de pressão inflacionária.

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) não antecipa uma contribuição expressiva dos produtos agropecuários para a inflação em 2024. Apesar de alguns indícios de aumento de preços em determinadas cadeias alimentares, não há evidências de uma pressão inflacionária generalizada. José Ronaldo Souza Júnior, pesquisador do Ipea, enfatiza que, embora o arroz, item relevante na cesta de inflação, deva manter-se estável devido à perspectiva de maior produção, o açúcar pode continuar apresentando movimento de alta, adicionando complexidade ao quadro inflacionário.

2. Crescimento da Inteligência Artificial (IA)

O relatório anual da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (ABIA) destaca um notável crescimento no setor alimentício, com um faturamento que ultrapassou a marca de R$ 1 trilhão no ano passado, representando um incremento significativo de 16,6% em comparação com o ano anterior. Esse avanço é atribuído, em parte, ao investimento estratégico de 2,2% do faturamento, totalizando R$ 23,6 bilhões, destinado à expansão de instalações fabris, aquisição de maquinário, fusões e aquisições, bem como pesquisas e desenvolvimento.

A análise da consultoria Modor Intelligence revela que o mercado global de Inteligência Artificial (IA) no setor de alimentos e bebidas atingiu mais de R$ 3 bilhões em 2020, com a previsão de multiplicar esse valor por quase dez vezes até 2026. No contexto brasileiro, embora apresente uma taxa de crescimento considerada média em comparação com outras regiões, a IA assume papel estratégico nas empresas de alimentos e bebidas. Essas indústrias complexas, devido aos seus processos intricados, recorrem à IA para aprimorar a eficiência operacional, desde o controle de qualidade até a gestão logística.

A utilização da inteligência nessas empresas não se limita apenas aos processos produtivos, mas também se estende a áreas como vendas, marketing e aprimoramento da experiência do consumidor. A capacidade da IA de analisar grandes volumes de dados permite que as empresas tomem decisões mais informadas, personalizem produtos de acordo com as necessidades individuais dos clientes e atendam de maneira mais eficaz às demandas do mercado. Esses avanços tecnológicos refletem um panorama em que a inteligência artificial se torna fundamental para a inovação e competitividade no setor alimentício.

3. Plant-based food

A tendência do veganismo continua a ganhar força, apresentando um considerável potencial de mercado à medida que os consumidores buscam estilos de vida mais saudáveis.

O conceito do "Veganuary" surge como a contrapartida vegetal do conhecido "Dry January", no qual as pessoas se abstêm do consumo de álcool em janeiro para revitalização pós-festividades marcadas pelo consumo excessivo de bebidas. O Veganuary, por sua vez, encoraja indivíduos a reduzirem ou eliminarem produtos de origem animal, oferecendo uma oportunidade de explorar o veganismo ao longo de um mês. No Brasil, a quarta edição em 2024 testemunhou um aumento significativo no reconhecimento e apoio ao movimento, refletindo uma tendência global que conta com o respaldo de 1,8 milhão de participantes em todo o mundo, comprometidos em experimentar o veganismo.

"Estamos entusiasmados em participar este ano e realizar nosso primeiro Veganuary Workplace Challenge. Liderada pelo Early Leaders Employee Resource Group, essa iniciativa fortalece ainda mais nosso compromisso de nos tornarmos uma organização mais sustentável.” afirma Robert Frank, Líder da comunidade do grupo de recursos para funcionários Early Leaders na Claire's Accessories.

O relatório The 2023 Global Consumer Trends da ADM revela que mais da metade (52%) dos consumidores globais se identificam como “flexitarianos”. Esses indivíduos, que combinam "flexível" e "vegetariano", buscam incluir mais opções à base de plantas em suas dietas, mantendo, ao mesmo tempo, uma consciência em relação ao consumo de carne. Como resposta a essa demanda crescente, muitas empresas de ingredientes agora oferecem uma variedade mais ampla de opções para atender à crescente procura por proteínas de origem animal e vegetal.

4. Desafios na indústria da carne

O cenário do mercado de proteína animal em 2024 é marcado por uma notável volatilidade, influenciada por diversos fatores, como condições climáticas, questões geopolíticas, riscos sanitários e o poder aquisitivo da população. Essa instabilidade é exemplificada pelo impacto potencial de eventos como o El Niño, um fenômeno atmosférico oceânico que ocorre há milênios na região do Pacífico Equatorial.

O El Niño provoca elevação das temperaturas das águas acima da média histórica, gerando efeitos globais na circulação da umidade, resultando em temperaturas e padrões de chuvas atípicos em diversas regiões do mundo. Nos últimos cem anos, aproximadamente 54% dos anos foram influenciados pelo El Niño, variando em intensidade. A última ocorrência significativa foi entre 2014 e 2016, quando seus efeitos foram evidenciados por temperaturas superiores a 40 graus no centro-oeste e norte do país. Além das preocupações com a produtividade agrícola nesse biênio, a pecuária de corte também foi afetada.

No segmento bovino, a abundância de oferta representa um desafio, agravado pela desvalorização recorde do boi gordo em 2023. Contudo, há perspectivas de recuperação do consumo per capita em 2024, impulsionado, em parte, por previsões de aumento nas importações chinesas. Este contexto desafiador destaca a imperativa necessidade de adaptação e implementação de estratégias inovadoras no setor de proteína animal para enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades emergentes.

5. Crescimento e desafios para a carne cultivada

O cenário da pesquisa em carne cultivada tem experimentado avanços significativos nos últimos anos, com diversas empresas e grupos de pesquisa em todo o mundo buscando tornar o cultivo de carne uma realidade em escala industrial e acessível aos consumidores.

É essencial compreender que a carne cultivada, em sua essência, é carne legítima, comparável à convencional. Composta pelos mesmos tipos de células organizadas na estrutura tridimensional do tecido muscular animal, ela consegue replicar tanto o perfil sensorial quanto o valor nutricional conhecidos pelos consumidores. A distinção fundamental reside no método de produção, que ocorre em biorreatores em ambientes fabris, eliminando a necessidade de criação ou abate de animais.

Essa inovação surge em resposta a uma preocupação significativa relacionada ao consumo desenfreado de carne e à projeção alarmante de que até 2050, a Terra abrigará aproximadamente 10 bilhões de habitantes, conforme indicam estimativas do Instituto Francês de Estudos Demográficos (Ined). Diante desse cenário, é imperativo encontrar soluções que atendam à crescente demanda alimentar, ao mesmo tempo em que reduzem o impacto ambiental associado à produção de carne tradicional.

6. Produtos funcionais para a saúde

A previsão é que o setor de bebidas funcionais na América do Sul esteja preparado para um crescimento a uma taxa anual composta (CAGR) de 8,75% até 2028, de acordo com as projeções da consultoria de inteligência e pesquisa de mercado, Mordor Intelligence. No Brasil, uma pesquisa realizada pela Tetra Pak, especializada em embalagens para alimentos e bebidas, revela uma crescente demanda por produtos funcionais.

Os dados indicam que durante a pandemia, mais da metade dos entrevistados (58%) aumentou o consumo de produtos que fortalecem o sistema imunológico, enquanto 39% expressaram o desejo de fazê-lo. Cerca de 60% pretendem manter o volume de compra de produtos funcionais, refletindo os padrões de consumo observados durante esse período.

No que diz respeito aos produtos específicos, os sucos de frutas foram destacados como a preferência de metade dos consumidores brasileiros (50%), seguidos por produtos lácteos fermentados, escolhidos por 37%, e bebidas lácteas com alto teor de proteína, vitaminas e/ou cálcio, apreciadas por 31%. Para esses consumidores, a qualidade ideal do produto para sua saúde e imunidade reside em sua riqueza em vitaminas e nutrientes diversos, como fibras e zinco, além de seu impacto benéfico para a saúde. A transparência nas informações presentes no rótulo da embalagem também é considerada crucial, com uma preferência por produtos com baixos teores de sal, açúcar e adoçantes, ou até mesmo isentos destes.

Essas tendências moldarão a visão da indústria alimentícia em 2024, impulsionando inovações, ajustes estratégicos e um foco renovado nas necessidades e preferências dos consumidores. Fique atento a essas mudanças!

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