O Brasil se destaca globalmente por sua vasta área territorial e dinâmica econômica, contando com uma infraestrutura aeroportuária vital para a logística e o comércio exterior. 

Os aeroportos dedicados ao transporte de cargas desempenham um papel vital na infraestrutura logística necessária para o fluxo eficiente do comércio internacional. De acordo com informações da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), o Brasil conta com cerca de 60 aeroportos que movimentam cargas, desempenhando um papel direto nas transações comerciais internacionais. ‍

O transporte aéreo de cargas no Brasil: o que é?

Entre as alternativas ao transporte rodoviário, o aéreo é notavelmente menos adotado devido a diversos fatores, incluindo os altos custos operacionais e a limitação de capacidade. 

O transporte aéreo de carga faz uso de aviões de carga, voos comerciais e helicópteros para entregar mercadorias e insumos. Reconhecido por sua rapidez e segurança, este modal é ideal para o transporte de eletrônicos e outros itens sensíveis, sendo particularmente útil para entregas urgentes ou para destinos de difícil acesso, itens pequenos até animais vivos e materiais considerados perigosos. Um exemplo notável de sua eficácia foi o transporte da maioria das vacinas contra a Covid-19, destacando sua capacidade de entregar itens críticos rapidamente.

A operacionalização do transporte aéreo de carga envolve o fretamento de espaço em aeronaves, que podem ser dedicadas exclusivamente ao transporte de cargas ou voos comerciais. As mercadorias são preparadas em contêineres ou pallets, seguindo padrões que se adequam às dimensões das aeronaves utilizadas. Órgãos reguladores nacionais e internacionais, como a ANAC, Receita Federal, ANVISA, a International Civil Aviation Organization (ICAO) e a International Air Transport Association (IATA), estabelecem normas para garantir a segurança e eficiência desse tipo de transporte.

Embora seja o modal mais seguro, o transporte aéreo é também o mais caro, devido a fatores como o alto consumo de combustível, necessidades de manutenção rigorosa e custos associados a taxas, impostos e seguros. Apesar desses desafios, é uma opção valiosa para cargas perigosas, minimizando o tempo de trânsito e reduzindo os riscos associados.

As principais vantagens incluem a rapidez na entrega, alta segurança e capacidade de alcançar locais remotos. Por outro lado, os custos elevados, a dependência das condições climáticas e a necessidade de infraestrutura aeroportuária adequada são desafios significativos.

‍O transporte aéreo de cargas: um setor em crescimento

O transporte aéreo de cargas no Brasil, ainda subutilizado, está gradualmente expandindo sua atuação, sobretudo para o despacho de itens de elevado valor e necessidade de entrega rápida.

O Brasil alcançou um marco histórico em 2022 ao registrar 1.421 milhões de toneladas movimentadas por transporte aéreo, um crescimento impulsionado principalmente pelo segmento de cargas internacionais pagas, que compõem 70% do total. Durante os primeiros seis meses de 2023, houve um registro de 1.176 milhões de toneladas de cargas transportadas por via aérea, marcando um aumento de 57,8% em comparação ao período correspondente em 2022, de acordo com informações fornecidas pela ANAC. Este volume inclui tanto cargas nacionais quanto internacionais.

Embora o transporte de cargas por via aérea no Brasil represente uma fração mínima, com apenas 0,05% do total de TKUs (Tonelada Quilômetro Útil) movimentados, contrastando com mais de 60% via rodoviária, este modal possui suas peculiaridades que justificam sua escolha para determinadas necessidades. Considerando as vastas dimensões territoriais do Brasil, o transporte aéreo emerge como uma alternativa logística crucial. 

Observamos um crescimento nesse segmento, impulsionado principalmente pela necessidade de transportar produtos de alto valor que exigem entrega imediata, tais como jóias, produtos farmacêuticos e suprimentos médicos, além de atender regiões de difícil acesso, como Manaus, com eficiência e segurança. Esse modal também é essencial para a indústria, facilitando o transporte de peças de reposição vitais para a continuidade das operações produtivas em situações críticas, incluindo componentes eletrônicos. Rotas de destaque incluem o fluxo entre Manaus e São Paulo, refletindo a importância da Zona Franca de Manaus na produção de tecnologia e o papel de São Paulo como centro econômico consumidor.

A demanda por entregas mais rápidas é uma tendência crescente, com empresas como Amazon e Mercado Livre investindo significativamente para agilizar suas operações logísticas. A Amazon Air, por exemplo, dobrou o número de voos diários durante a pandemia, enquanto o Mercado Livre introduziu sua frota aérea, MELI AIR, para reduzir o tempo de entrega no Norte e Nordeste do Brasil. Empresas como Jadlog e Modern Logísticas são exemplos de operadoras experientes no transporte aéreo de cargas no Brasil, oferecendo soluções integradas de logística para garantir a entrega eficiente e segura de uma variedade de cargas.

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O setor também testemunha expansão por parte de companhias aéreas tradicionais, como a LATAM, que aumentou a capacidade de suas rotas de carga e a IATA, que destaca a América Latina como a única região com crescimento na demanda por carga aérea. 

Apesar de seus desafios, como custo elevado e limitações de capacidade, o transporte aéreo de cargas no Brasil mostra sinais de desenvolvimento e potencial de crescimento, impulsionado por exigências de rapidez nas entregas e estratégias logísticas de grandes corporações, prometendo um futuro promissor para este modal no país.

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